Este apartamento possui dimensões reduzidas, desta maneira, podemos afirmar que cada centímetro tornou-se fundamental para o desenvolvimento do projeto, otimizando ao máximo seus fluxos e a circulação. Afinal, consideramos que, não existe nada pior do que uma hipótese de espaço, que não saiba priorizar as funções e a liberdade de circulação em primeiro plano, pois qualificações formais devem ser pré-requisito, e jamais se sobreporem as necessidades básicas de fluição do ambiente proposto. Diante disto, optamos por um conceito potencialmente minimalista, que traduzisse a ideologia recorrente dos projetos do arquiteto, e que tivessem texturas e cores diminutas, protagonizando algumas peças e mobiliários escolhidos a dedo, sempre priorizando por qualidade e sofisticação, em detrimento da quantidade dos elementos.

Do ponto de vista técnico, podemos dizer que as escolhas do “material board” não trazem grandes surpresas em relação as suas características: o uso da cor branca como protagonista, ampliando a sensação espacial ao seu limite, bem como a marcenaria planejada sob medida, com foco em detalhes que transitam entre sua materialidade, como a mesa de jantar fixa, confeccionada em vidro temperado, com apoio em madeira maciça, totalmente engastada na alvenaria. Já a iluminação traz consigo, uma temperatura de cor “quente”, amenizando qualquer sentimento de frieza que possa persistir diante de um conceito minimalista, principalmente em se tratando de um projeto habitacional, afinal, precisamos nos sentir reconfortados em nossa própria morada, acima de qualquer outra coisa.

Nossa cliente, uma viajante convicta, sempre traz de suas viagens alguns pôsteres e lembranças. Diante disto, para as memórias pictóricas, transformarmos o seu corredor em sua galeria expositiva pessoal (e social). Inserimos um trilho eletrificado de iluminação, que pode receber um maior número de spots, conforme a necessidade de visualização, a partir do aumento constante dê sua coleção. Assim, contribuímos para a criação de corredores que podem ser mais do que somente um espaço de transição ou de circulação, tornando-se mais visuais, contemplativos e atraentes.